O Menino e Seu Brinquedo

Saturday, January 21, 2006

Levante

Eatava na Simples de outubro/novembro de 2005, sob forma de que?, editorial? definir matérias de revista de conceito é sempre complicado.
Mas estava na Simples, o Levante.
E as perguntas.
O que te move?
Me move o Poder. O Poder-verbo, o universo de possibilidades infinitas.
Poder fazer, poder criar.
O Poder substantivo apela, brilha, inebria, mas é ilusão. Tem seus alicerces construídos sobre a ilusão de ser superior aos mortais à sua volta, maior que a ética. A frase do Poder-substantivo para mim é Você sabe com quem está falando?
Minha resposta: Não sei. E nem estou interessada.
Você realmente conhece as pessoas com quem se relaciona?
Você realmente se conhece?
As pessoas são, assim. Um mistério. Por mais francas e diretas que sejam.
Em quem você confia?
Lembrei daquela piada do Salim... Num confia nem babai... Hahahahaha
Eu confio em raras e seletas pessoas. Às vezes confio em gente a quem não faço confidências.
Morreria por uma causa ou por alguém?
Morreria pelos meus amores, meus amados. Não estou falando de homens, paixões. Estou falando das pessoas que amo. Por quem morreria ou mataria.
O Cazuza clamava por ideologia. Não existe uma causa, da forma como eu enxergo o mundo, que valha a minha vida.
O Sebastién Charles comenta isso em Os Tempos Hipermodernos, quando fala que a eleição do George W. Bush não causou nenhum levante sangrento, embora o mundo tenha ficado irremediavelmente indignado. E, mesmo assim, o camarada foi reeleito.
Ganhando eleição no grito, tirando uma guerra da cartola, invadindo e dominando países, subjugando culturas.
Quem é o terrorista?
Observação: não sou pró-Saddam, não sou a favor de ataques terroristas e tenho minhas opiniões sobre o que acontece no Oriente Médio. Não sou anti-americana, também. Mas sou, antes de mais nada a favor da vida e das diferenças e da liberdade. Sou contra a dominação. Sou contra o uso da violência.
Não acho que toda forma de acabar com um regime totalitário é válida.
Enfim...
Deixaria uma pessoa te controlar?
As pessoas tentam, algumas conseguem.
Mas o ser humano é pródigo em artifícios para burlar a vigilância. Criativo até não mais poder.
O que é este controle?
Defina controle.
Acredita no amor?
O amor é assim, como D'us.
Ninguém vê ou pode tocar, e se você tem fé nele (ou nEle), ninguém tira isso de você.
E, assim como com D'us, estou me reconciliando com o amor.
Já encontrou o que procurava?
Ahá!
Essa é importante.
Foi meu presente de Ano Novo. A esperança de encontrar o que procuro.
O desejo desse encontro.
Mas isso é especial, porque é necessário ousar procurar.
Não encontrei ainda, by the way.
Está mesmo contente com o mundo?
Não.
E não estar contente me faz lutar para fazer deste mundo um lugar melhor.
Começando de dentro pra fora, da porta da minha casa para a rua, do meu bairro para a minha cidade.
Qual é o seu protesto?
All We Are Saying Is Give Peace A Chance! (John Lennon)
e
Love Will Find A Way... (Yes)


Leituras

Continuo "casada" com Os Tempos Hipermodernos (Gilles Lipovetsky com Sebastien Charles) e Fetiche- Moda, Poder e Sedução (Valerie Steele).
O segundo fala dessas relações do ser humano e sua sexualidade e o transporte da sexualidade para a indumentária. Muito menos uma história da indumentária fetichista que uma história dos relatos dos fetiches, até o momento.
E o primeiro é infinitamente bom. Esses franceses - ulalá!- fazem pontes interessantíssimas.
Usando o Lipovetsky, Sebastien Charles, na primeira parte do livro, fala da sociedade de consumo e do tempo mais rápido que o tempo.
Fala também da mudança dos valores, da liberdade sexual e linka tudo isso com os movimentos do Sistema de Moda descritos pelo Lipovetsky em O Império do Efêmero.
Ah, sim! Leitura paralela obrigatória: Notícias sobre o SPFW.
Ontem vi no GNT o desfile da Neon.Grandes formas, grandes estampas, grandes estampas. É Alegria Alegria! de novo, ao som de Doors.
N'est pa?

No CD Player

Valentine de Maurice Chevalier e High Society Calypso, do Louis Armstrong.

Namaste!

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