O Menino e Seu Brinquedo

Tuesday, February 28, 2006

Memórias de Um Carnaval

Este ano, contrariando o costume, fui passar o Carnaval no Rio.
Nada de grandes desfiles nem o baile do Gala Gay.
Fui com a família para Itacuruçá.
Pousadinha tranqüila, sol rachando o cano do guarda-chuva que tá lá fora, funk pancadão pra tudo quanto é lado.
Mas aí a gente pegou um barquinho e foi pra uma prainha mais retirada.
Na bagagem de mão:
* Protetor 50, é claro!
* óculos que mais pareciam parabrisa de ônibus
* Chapéu de aba larga
* amnésia seletiva para problemas deixados na city.
Aí, manda vir peixinho, lulinha frita, cervejinha gelada, caipirinha, pastel de camarão, camarão frito.
Vida ruim.
Né não?
Euzinha ali na sombra, olhando para o maior urinol do mundo e preocupada com o quê?
Bom, o resto do dia foi assim.
O barco chegou pra buscar a gente, eu, muito experiente no assunto, tomei um tombo e quase quebrei o pé. Foi só o susto, mas esse susto doeu por uns dois dias.

O Dia Seguinte

Antes do café da manhã, deitada ainda, assisti o desfile da Leandro de Itaquera pela TV. Tudo ia bem, até que... tchã-nã! O último carro alegórico, dedicado ao Orgulho Gay, vinha ocupado por duas dúzias de moços sarados em sungas de arco-íris ladeando as esculturas do Serra, do Alckmin e do Covas...
Como dizem por aí que eu sou tucana, melhor deixar quieto.
Né?
Passado o susto, mais uma vez, prainha de barco e a mesma orgia gastronômica. Sem a caipirinha.
Figuras do Carnaval:
O Rio tem ainda o costume dos blocos, do povo se fantasar, criança se vestir de clóvis (aquela figura da capa do 1º CD do Los Hermanos, ok?), homem vestido de mulher. Enfim.
Abaixo uns seres que eu vi:
* O bêbado vestido de mulher acordando no banco da praia, cotovelos nos joelhos, encarando a última lata de cerveja esquecida entre os pés, com a maior cara de "tomo ou não tomo?"
* 4 caras vestidos de Mulher-Maravilha, com laço dourado e tudo
* O camarada que reformou um carro bem velho e transformou no carro do Batman. Inclusive com uma sirene vermelha

Ontem

Amanheceu com cara de chuva. A praia fedia a xixi, meu horóscopo me irritou.
Mas nada me tiraria a vontade de tomar uma cervejinha, então fomos. Não mais pra prainha, mas por aí.
Ponto alto mesmo só no fim da tarde, e essa os amigos já receberam via SMS.
De novo na história dos blocos, ontem foi o dia do bloco do carvão, em que todo mundo sai sujo.
O dia inteiro, pela cidade inteira você via gente marcada de carvão.
Ok, maravilha.
Estou eu no calçadão com minha mãe, que é loura, mas é dourada, o cara pára o carro do nosso lado, olha beeeem pra minha cara e solta:
"E aí? Vocês são do Bloco do Liquid Paper?"
Só fiz um joinha. Não merecia ser xingado.
O cara pode até não ter sido muito espontâneo - deve ter treinado a manhã inteira pra achar alguém bem branco pra encher - mas teve presença.

Canção de Carnaval

Essa a tia Rosa ensinou. Diz que é velha, mas eu que não sou carnavalesca, estou desculpada.

Eu quero que chova uma chuva bem fininha
Que molhe a sua cama e você pule pra minha

E pra todo mundo, o meu a-la-la-ô

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