O Menino e Seu Brinquedo

Thursday, November 23, 2006

A Vingança dos Nerds

A verdade é que eu nunca fui padrão pra muita coisa.
Lembrei disso essa manhã, enquanto caminhava com minha mãe e lembramos que minha cunhada me pergunta às vezes se eu não tive infância.
Bem, eu tive sim.
Uma infância incrível, só que muuuuuuuuuuito diferente da dela.

Enquanto ela vandalizava a Moóca, eu lia e desenhava, fazia ballet e ouvia música. E, é claro, não tinha tantos amiguinhos quanto ela.
Eu era sociável, mas, como costumava dizer pra minha terapeuta eu tinha "aranhas nos cabelos".

Não é literal. Claro.
Eu era apenas... estranha.

E, é claro, chegar à adolescência não foi exatamente bolinho.
Mas isso também não foi ruim. Por um tempo.

Eu não era pop, mas a minha irmã era. Hahaha, que clichê.

Mas eu também não vivia preocupada com isso.
Acho que minhas amigas do colégio eram mais preocupadas.
Bom, elas queriam ser pop, queriam jogar vôlei, queriam ser convidadas pras festas e ser... iguais a todo mundo.
Eu, que já tinha consciência de que, no fim do dia eu só conseguiria ser eu mesma, achava aquilo meio bobo. E continuava lendo, ouvindo música, indo a museus, desenhando...

Obviamente, esses meus maus hábitos fizeram com que essas amigas me torturassem continuamente.
Eu era estranha.

Aí, mais tarde, fui reconhecida como excêntrica. O que é só uma palavra bonitinha pra dizer que você é estranha, tá, meu bem?
Mas, fazendo Arquitetura, eu encontrei tantos excêntricos! De uma certa fora, o povo mais popular, com aquele sentido que isso tinha lá no ensino médio, era o que a gente, jocosamente chamava de "La Isla de Caras".
Uma invenção do Otávio Cesar, uma criatura maravilhosa de índole só um pouquinho má.

Eu tive a sensação, lá, de que era normal e aceitável ser diferente. E, na Moda, também.

Isso é um pouco irônico, na verdade.
Mas eu vou desenvolver e retorno.

Bacci

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