O Menino e Seu Brinquedo

Monday, October 09, 2006

Quase 30

Acabei de fazer 29 anos.
Não vou entrar no mérito do parecer ou não ter vinte e nove anos.
Isso é bobagem. E, num mundo em que Vera Fischer faz 50 anos há uns 5 anos, com corpinho de 20 e cara de estátua do Museu de Cera de Mme. Tousseaud...
Mas a vida de uma mulher aos "quase-trinta" tem sido bem legal.
Ressalvas, tais como falta de grana, à parte. Isso pouco tem a ver com a idade ou competência e mais com uma realidade mundial.
Aos quase trinta, nesta coordenada espaço-temporal, não me obriga a ter uma família, nos moldes "Papai Sabe-Tudo" como ainda era o sonho das vinte-e-poucos da última geração.
Lembrando que as gerações não mais se dividem entre você, seus descendentes e seus ascendentes. Num mundo com essa velocidade de informações, seu irmão mais velho já pode ser de outra geração. Todo o conjunto de valores dele é diferente do seu, as referências são muito diferentes.
Enfim.
Também não preciso ser uma máquina de fazer dinheiro e ter um sucesso de plástico, como se pensava lá nos 80. Lembra? Ombreiras gigantes quebravam o aspecto de fragilidade física, etc.
Uma amiga, minha melhor amiga, diz que se sentia uma criminosa ao engravidar porque parou de trabalhar.
Logo depois que o bebê nasceu, ainda carregava essa culpa, por sentir prazer em ver o baby crescer e poder acompanhar isso.
Hoje, muito tranquila, ela conta que trabalha em casa, fazendo uns freelancers, no tempo dela.
Mas que, para o mercado, ela é uma pária. Porque quer ser dona do próprio tempo, porque quer ter uma vida satisfatória.
Penso que, para a minha geração, é o que conta.
Nem mulher de Nova -ungh! - e nem übber-frau da década de 80. Nada de ser hippie-beleza, e muito menos embalada à vácuo pra fazer propaganda da Consul lá nos sessenta.
Outra coisa bacana. O desespero é menor. A vontade de ser outra coisa já não existe, você já meio que tem uma idéia do que quer ser.
Na verdade, você já é. Ou está quase chegando lá.
Aos quase 30, a opinião do mundo sobre você conta bem menos do que o que você mesma acha, e, em segundo lugar, vem o que as pessoas que você ama acham.
A distância da adolescência traz a sensação deliciosa de que o mundo não é esse lugar inóspito.
E, por enquanto, está bom!

Namaste

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