Memórias de Um Carnaval

Este ano, contrariando o costume, fui passar o Carnaval no Rio.
Nada de grandes desfiles nem o baile do Gala Gay.
Fui com a família para Itacuruçá.
Pousadinha tranqüila, sol rachando o cano do guarda-chuva que tá lá fora, funk pancadão pra tudo quanto é lado.
Mas aí a gente pegou um barquinho e foi pra uma prainha mais retirada.
Na bagagem de mão:
* Protetor 50, é claro!
* óculos que mais pareciam parabrisa de ônibus
* Chapéu de aba larga
* amnésia seletiva para problemas deixados na city.
Aí, manda vir peixinho, lulinha frita, cervejinha gelada, caipirinha, pastel de camarão, camarão frito.
Vida ruim.
Né não?
Euzinha ali na sombra, olhando para o maior urinol do mundo e preocupada com o quê?
Bom, o resto do dia foi assim.
O barco chegou pra buscar a gente, eu, muito experiente no assunto, tomei um tombo e quase quebrei o pé. Foi só o susto, mas esse susto doeu por uns dois dias.

O Dia Seguinte

Antes do café da manhã, deitada ainda, assisti o desfile da Leandro de Itaquera pela TV. Tudo ia bem, até que... tchã-nã! O último carro alegórico, dedicado ao Orgulho Gay, vinha ocupado por duas dúzias de moços sarados em sungas de arco-íris ladeando as esculturas do Serra, do Alckmin e do Covas...
Como dizem por aí que eu sou tucana, melhor deixar quieto.
Né?
Passado o susto, mais uma vez, prainha de barco e a mesma orgia gastronômica. Sem a caipirinha.
Figuras do Carnaval:
O Rio tem ainda o costume dos blocos, do povo se fantasar, criança se vestir de clóvis (aquela figura da capa do 1º CD do Los Hermanos, ok?), homem vestido de mulher. Enfim.
Abaixo uns seres que eu vi:
* O bêbado vestido de mulher acordando no banco da praia, cotovelos nos joelhos, encarando a última lata de cerveja esquecida entre os pés, com a maior cara de "tomo ou não tomo?"
* 4 caras vestidos de Mulher-Maravilha, com laço dourado e tudo
* O camarada que reformou um carro bem velho e transformou no carro do Batman. Inclusive com uma sirene vermelha

Ontem

Amanheceu com cara de chuva. A praia fedia a xixi, meu horóscopo me irritou.
Mas nada me tiraria a vontade de tomar uma cervejinha, então fomos. Não mais pra prainha, mas por aí.
Ponto alto mesmo só no fim da tarde, e essa os amigos já receberam via SMS.
De novo na história dos blocos, ontem foi o dia do bloco do carvão, em que todo mundo sai sujo.
O dia inteiro, pela cidade inteira você via gente marcada de carvão.
Ok, maravilha.
Estou eu no calçadão com minha mãe, que é loura, mas é dourada, o cara pára o carro do nosso lado, olha beeeem pra minha cara e solta:
"E aí? Vocês são do Bloco do Liquid Paper?"
Só fiz um joinha. Não merecia ser xingado.
O cara pode até não ter sido muito espontâneo - deve ter treinado a manhã inteira pra achar alguém bem branco pra encher - mas teve presença.

Canção de Carnaval

Essa a tia Rosa ensinou. Diz que é velha, mas eu que não sou carnavalesca, estou desculpada.

Eu quero que chova uma chuva bem fininha
Que molhe a sua cama e você pule pra minha

E pra todo mundo, o meu a-la-la-ô

Dicas do Rafinha

Eu a-do-ro bonecas.

Outro dia, o Rafa nos mostrou estas e eu me apaixonei.

Elas são lindas, perfeitas, têm uma infinidade de acessórios e o "namorido" usa tapa-olho e ligas. Fantástico.

Vale o passeio.

http://www.effanbeedoll.com

Namaste

Drops

Comentários aleatórios

* Cristina finalmente conseguiu fazer parte do blog. Quase ao mesmo tempo em que eu descobri como fazer com que ela pudesse dividir o blog comigo.
A inabilidade deste ser humano com alguns mecanismos simples chega a ser comovente.

*Finalmente, depois de mais de um ano, eu vou poder aproveitar um feriado. Tá certo que eu não sou fã de Carnaval, nem do Rio de Janeiro - assumo meu bairrismo, tá bom? - mas estou precisando viajar.
Sem essa de repensar coisas, reestruturar pensamentos... Pffffff, nada disso.
Nada de profundo. Eu só quero tirar alguns dias para mim, para não precisar fazer nada.

* Pedrão, meu calhorda favorito (piadinha besta que só. Ele não é calhorda, mas ele gosta de pensar que é), vem pra Sampa no próximo fim-de-semana.I kow it's only rock n' roll but I like it!

* A TPM deste mês está linda. Elza Soares, Mila Moreira... E o assunto?
O tempo. Envelhecer, amadurecer.

* Felipona me emprestou dois CDs. Um deles é um Budha Bar e o outro é o Barlotti. Deveras deveras.

* Quarta-feira teve Bar do Doca. Como disse o moço... é o tipo de lugar em que você gasta mais nas compras que na conta.
Mas o que vale é o clima. E que clima...

* Tá. Eu acho mesmo que essa coisa mais boêmia é tão mais a minha cara... Existe um mundo - aquele mundo do Sky - em que eu transito muito bem, obrigada, mas que, aaah, me caaansa taaaanto, que preguiça dessa gente assim, tão perfeitinha, tão endinheiradinha, tão tola.
Tão mais interessante e chique - chique, elegante e sincero, como diz o Lulu - de repente, fazer outra coisa, ser um pouco mais ousado.
Enfim, que ousadia tem uma dessas patricetes, dasluzetes...? Ah, claro, muita. Elas não combinam o cinto com a calça.
Bah, que bobagem.

* Pra quem não viu, embora já deva ter mencionado antes, no outro blog, assista Vinícius.
E que seja eterno enquanto dure...


Até a volta.
Namaste umetuká!

Irmãs siamesas ligadas pelo cérebro

Tem aquela do cara tão bacana que você não consegue dar um fora.
Fica ali, por compaixão ou caridade - péssimo de todo jeito - zerada de tesão, sem compatibilidade, ok!
Vocês dois respiram e bebem água, são bípedes, será que é por isso que você tem que ficar com ele?
E, se você for ver bem de perto, o tão bacana nem é tão bacana assim. Ele só não ofende ninguém, concorda com tudo, paga a conta do restaurante, e acha que, porque é muito bonzinho, tem o direito de te comer.
E você, se for tonta, vai achar que tem o dever de dar.
E, pra você, eu deixo a máxima das Meninas do Novo Homem:
Que príncipe, que nada! Bom mesmo é o Lobo Mau, que te vê melhor, te cheira melhor, te escuta melhor, e no fim ainda te come!

No Escuro

Acendo o cigarro, viro para o lado e digo:
"Tenho sede".
Você não tem pressa para me saciar, mas traz a água. Tem sede também, suponho.
Dá um trago no meu cigarro. Quase nunca fuma o que eu fumo, mas, de vez em quando, insiste em me tomar um cigarro.
Silêncio.
O ventinho frio entra, por debaixo da porta?, pela janela? Não sei. Mas me faz tremer. Me encolho.
Digo:
"Tenho frio".
Você me abraça.

Ah, que maravilha é trabalhar no sábado!
Afinal, tudo o que você quer é acordar às 6:15 para chegar à fábrica uma hora antes do seu horário normal.
Não é?
Porque é mesmo muito chato dormir até tarde, quando seu corpo está cansado e chove assim, como hoje.
Ora, que coisa mais demodé, ficar de bobeira sob as cobertas, namorando um pouco mais - o outro ou você mesma!
Nesse friozinho, é horroroso tomar café às dez da manhã ainda de pijama e depois ler a Veja sentada no chão da sala.
Tudo o que eu quero na vida é vir pra cá e ter um curso de uma ferramenta da qual eu não faço uso, em meio ao povo que veio finalizar a obra aqui.
Pra que ficar em casa, onde o odor é de flores e conforto, se eu posso ficar entre poeira e resina, me diz?
Já passa das onze, e, olha que absurdo: a esta hora eu deveria, se tivesse me feito o desfavor de permanecer em casa, tomar um uisquinho para abrir o apetite. Afinal, já deve ter passado das 5 em algum lugar. Como diria o Melhor Ex-Namorado do Mundo.
"Oh. Que satisfação.", diz ela, entre bocejos.

Enfiando A Cara Na Melancia

Vivenciando o Inusitado


Essa foi da Rose Andrade.
Porque eu estou surtando com o TCC - mais ou menos dentro do limite da razão - e a vida de mulher trabalhadora e ainda tento ter uma vida social, achei que o conselho cabia, sim.
Para o processo criativo e para não enrijecer como ser humano, de vez em quando, é preciso, essencial, necessário, fazer algo fora do normal.
Fora do seu normal.
Dançar até cair, se você não for de balada. Ir a uma vernissage, mesmo que não goste das Artes. Fazer ioga, se for agitado demais. Sei lá! Enfiar a cara na melancia, dar uma bica no que é de costume, fazer algo maluco, desligar os celulares, os relógios, fechar as cortinas pra não perceber que o tempo passou.
Resistir à tentação do mimetismo, se entregar à verdade de estar, naquele momento, com vontade de ser diferente do que é.
Dar um tempo na correria. Pára!
Uma parada brusca, feita para respirar com toda a capacidade dos seus pulmões.
E se entregar de uma vez por todas a uma existência com um nível saudável de inesperado.

Meu Horóscopo Hoje

Não sou fascinada por horóscopo e oráculos, futurologia. E minha bola de cristal quebrou, então, que graça tem?
Mas acho divertido. Leio meu horóscopo todo dia e dou risada.
Olha o de hoje:
Grande vitalidade física. Aproveite para iniciar um programa de exercícios ritmados (!!!!!!!!!!!!!) e com constância (!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!), para prolongar sua disposição atual por muitos dias.
Só pensei num tipo de exercício que preencheria este requisito e a-do-rei!!!!

Namaste!

Gêmeas Siamesas Unidas Pelo Cérebro

E que a gente resolveu fazer o TCC juntas, eu e a Cris.
Causou espanto. Afinal, os transeuntes não imaginam o mundo de referências embaraçadas que temos.
Embaraçadas mesmo, como fios de novelos diferentes, mas que, combinados da forma correta, resultam numa peça linda.
E agora, estávamos as duas em processos criativos diferentes, vamos combinar nossos pontos fortes e fazer algo que, como se espera, vai ser forte, marcante, um tanto excêntrico, emocional, e muito muito especial.
À minha amiga, minha sócia, minha irmã!
A vida!