O Menino e Seu Brinquedo

Sunday, January 28, 2007

Bee stings

Depois do Fashion Rio, tenho acompanhado o Fashion Week pelo GNT.
No site oficial do SPFW, muitos vídeos estão disponíveis, muito pouco depois dos desfiles. Muitas fotos e os releases.

Sexta-feira foi nosso baile de formatura.
Um verdadeiro arraso - embora, lá pelas muitas da madrugada eu tenha dormido abraçada à minha estola de pele vintage (que é o nome que a gente dá pra todas aquelas coisas velhinhas que conseguimos resgatar dos armários da vovó ou àquelas compras perfeitas de bazares de Natal. Tipo uma estola de pele verdadeira, inteiríssima, por quinze mangos. Que me perdoe o povo do PETA).

Ok, a Moda é feita de encantamento e trabalho duro. É uma estranha - e real - coexistência.
Chato um bando de gente se comportar mais como mágico do que como profissional.


Bom restinho de fim-de-semana.

Friday, January 19, 2007

Qual é a sua?

Existe, e é fato, uma birra com o povo de Moda.
Primeiro, é isso. Somo um "povo de Moda", classificados, rotulados, engarrafados, colocados assim numa prateleira, como se profissionais de qualquer área fossem passíveis de reducões simplistas assim.
Não nego. Vira e mexe, aparece alguém que, tipoassim... adooooura Muóda... e com grana, e que tem na cabecinha um neurônio natimorto e outro em coma e que usa suas influências pra trabalhar num mercado que, sabemos nós, "povo da Moda", tem muito pouco glamour.
Trabalhar com Moda não tem nada de Sex and The City. Não temos festas e bebedeiras e sexo e diversão e a maior parte de nós mal e mal consegue pagar as próprias contas (por um bom tempo). Somos gente que trabalha muito de segunda a sexta (quando não de segunda a segunda) exaustivamente, cumprindo horários e prazos malucos, pra fornecer "futilidades"que envolvem o segundo maior mercado empregador do país.
Sim, porque desde o plantador de algodão até a vendedora da daslu tem gente pra cacete!
Então, você que acha que pode dar risada e falar com condescendência do profissional de Moda, vem cá e tenta, por uma semana fazer o que eu faco.
E depois, a gente conversa.

Thursday, January 18, 2007

desabafando com você!

Voltando a ativa de menina do novo homem...

Bem, como todos já sabem, este blog é conjunto, meu e da Rê, mas ando sem muita vontade e inspiração para escrever... Estou passando por um processo criativo perturbado e perturbador, eu diria.
Sempre gostei de escrever, mas minha vida tem passado por momentos tão turbulentos e meu humor transcede de ótimo/bom para ruim/péssimo em questões de segundos...
Se fosse em algum psiquiatra, ele diria que sou BIPOLAR, mas sabendo do que se trata, penso que seria apenas, uma fase ruim...
Li pouco ultimamente, e me encarrego de preencher incessantemente meus segundos de vidas culturais com cursos de diversas áreas e parâmetros...
Isso parece uma loucura, e digo que é, mas assim estou ultimamente...
Mudando de assunto digo que trabalhar é exaustante e bota exaustante nisso...
Trabalhar com moda então... Vixi!!!!
Num ritmo totalmente enlouquecedor...
E sabe o que é ainda pior?
É trabalhar na produção...
Ainda bem que vou sair logo desta vida...
Deus queira!

Wednesday, January 17, 2007

Curtinha

Relendo o post de ontem e lembrando do ano passado, me ocorreu que graduandos tinham que passar o último ano numa jaula... AFE!

Tuesday, January 16, 2007

Como Sobreviver ao TCC

Manual Prático Para Terminar o Curso Parcialmente São

Agora que já acabou, que eu consegui tirar umas férias e parei de ter pesadelos recorrentes, vou pôr em prática uma idéia que me ocorreu logo depois do desfile.
A gente chega ao último ano da faculdade muito ansioso, tem que REALIZAR o TCC e não sabe muito bem como. Aí eu pensei... no ano que vem tem uma outra turma concluindo o curso. Outras cem pessoas vão ficar completamente obcecadas e intratáveis.
Então, porque não deixar algumas pistas pra que eles façam esse caminho um pouquinho mais suave?

Parabéns, você chegou ao último ano. Com, sem ou apesar das DPs.
E agora, você vai fazer o seu TCC. No nosso caso, um desfile.
Não basta desenhar bem, e nem ter só uma boa idéia.
É preciso saber o que você vai fazer, pra quem vai fazer e como fazer.

Não é que, de repente, aquelas aulas de Marketing começaram a fazer algum sentido?????

1. A Escolha do Tema

Essa é fácil: só fale sobre aquilo que você ama muito. Lembre-se que, durante um ano, a sua coleção vai ser basicamente sua irmã siamesa, seu marido, sua máxima obcessão.

2. Atendimentos

Faça. Sabendo que você tem alguma dúvida, chegue cedo ou combine com um amigo pra colocar seu nome na lista do atendimento, porque demooooooooooora.
Por sinal, considere o atendimento como uma consulta de médico de convênio. Faça quando tiver um problema, ou quando precisar mostrar alguma coisa.
E seja objetivo. Nada mais desagradável que aquele povo que faz atendimento toooooooooda aula e leva dois anos monopolizando o professor pra mostrar que colocou mais um lacinho numa peça e daí lembra que ouviu algo bacana que pode servir como trilha mas não lembra o nome da música, da banda, e nem da melodia...
Se tudo o que você já conversou está caminhando, seu vídeo está ok, sua trilha está bacana, a coleção foi aprovada e a execução está ok, a linguagem visual do book "aconteceu", que saber?
A não ser que o clima em casa não esteja legal, nem vá pra faculdade.
Todo mundo vai ficar falando de TCC e, por menos que você esteja estressado, esse clima não vai ajudar!

3. Execução da Coleção

Como funcionou para mim?
É preciso estar envolvidíssima com a coleção.
Costureiro-modelista de super confiança, saber exatamente como eu queria que cada uma das peças ficasse, ter uma modelo de prova, "freqüentar" o costureiro, conversar muito com ele, buscar soluções, não deixar faltar material nenhum e trabalhar com prazo.

4. Books

No meu caso, como a idéia era artesanal, foram 40 dias de trabalho.
O resultado me satisfez muito, por estar dentro da minha proposta. Quem trabalhou com gráfica teve alguns outros desgastes (erros de impressão, troca de folhas) embora tenha despendido menos tempo.
Essencial: o book é a representação gráfica da sua coleção, é ele o primeiro contato da banca com o seu trabalho. Ele tem que traduzir o clima.

5. Vídeo

Essencialmente, é o perfume do seu trabalho.
É a via rápida para que as pessoas se preparem para a coleção que vão ver.
Não precisa ser absolutamente literal.
Importante que tenha no máximo um minuto e meio, da tela de abertura ao logo da faculdade, pra não cansar ninguém.

6. O Dia da Qualificação

A primeira fase da aprovação acontece no meio do ano.
Numa sala fechada, você vai apresentar metade da sua coleção, para uma banca.
Essa é a sua única oportunidade de falar para todos ao mesmo tempo do que você fez nos últimos 4 meses. E, vamos falar a verdade... pode não ter ficado uma maravilha (afinal, você ainda não descobriu que TEM QUE TER uma modelo de prova, resolveu economizar no que não podia ou pegou a última peça na costureiro meia hora antes e ela vestiu super mal).
Você vai ter que falar do seu tema, do seu público-alvo e das coisas que estão boas e as que não estão.
Considerando que você provavelmente passou aquela semana sem dormir, e que os professores na banca ficam todos com cara de nada... Não vai ser o melhor dia da sua vida.
Para a qualificação vale a pena:
a. contratar modelos;
b. dormir pelo menos na noite anterior;
c. provar as roupas, ter acompanhado a produção, etc;
d. chegar no horário marcado, com maquiador, cabelereiro e apoio moral;
e. deixar o celular do lado de fora da sala.

7. Prazos

Capaz das datas mudarem, mas é sempre muito pouco, e é melhor não esperar por isso.
Quando chegou Outubro, eu comecei a achar que a agenda não me dava a melhor visibilidade do problema onde eu tinha me enfiado.
Vamos lembrar que, espertamente, no decorrer do TCC, eu abracei a idéia de prestar Mestrado na USP e na Anhembi.
O que fazer?
Lembrei do meu primo Bruno. O Brunão é afásico e tem mania de calendário. Meu tio anota tudo que eles têm que fazer e vai riscando quando o dia acaba.
Bien, eu comprei a Capricho e peguei aquele poster que tem o calendário (Novembro, o mês!), colei de frente pra minha cama e escrevi tudo o que eu tinha que fazer, entregar, ler, finalizar, pegar, comprar, provas que tinha que fazer até o dia do último compromisso (que era o desfile fechado).
Cada dia era consultado, conferido e riscado.
Assim, não perdi nenhum prazo, e, ao fim, com tudo pronto e uma semana e meia até o desfile, deu até pra ficar impaciente.

8. Dia do Desfile

8.1. Apoio Moral

Você pode amar sua mãe, mas se ela for o tipo ansiosa, melhor que ela fique bem longe.
O melhor é chamar uma amiga querida que tenha liberdade o suficiente pra te arrancar dali quando perceber que você está prestes a surtar.

8.2. Apoio Moral 2

Seu desfile é a coisa mais importante do mundo pra você. Mas tem um monte de gente com quem você conviveu por quatro anos passando pelo mesmo e que está tão enlouquecida quanto você.
Não custa nada e faz bem pro karma ajudar quem está do seu lado. Numa boa, é nessa hora que você descobre quem é quem, quem é profissional de verdade.

8.3. Modelos

Você fez o casting, e no dia do desfile escolheu suas modelos. Não custa nada fazer uma prova rápida, anotar o nome de cada uma e se lembrar que elas não são meros cabides. Na hora do ensaio, é bom ser clara, agradecer, repassar antes do desfile.
Eu tive o prazer de ver minha coleção linda ser vestida por meninas super bacanas e que ainda me ajudaram no que puderam.

8.4. Pontualidade

O desfile atrasa. Você, não.

8.5. Pós-Desfile

É bom usar maquiagem à prova d'água, porque você vai chorar. A emoção é grande.
Eu saí da passarela sem nem saber direito o que tinha acontecido...

9. Rápidas

9.1. Prepare todo mundo que você ama pra sua insuportabilidade, stress e choradeiras eventuais.

9.2. Não deixe de sair, ir ao cinema, encontrar os amigos e tentar não falar do TCC por uma tarde.


E bonne chance!

Monday, January 15, 2007

Meio lá, meio cá

Nesse "estado de férias", o difícil foi pensar em como é estar em férias.
Faz muito tempo que eu não fico realmente de pernas pro ar, em total ócio, sem ninguém exigir nada, sem prazos, sem nada disso.
E, de fato, essas minhas "férias" não foram dedicadas ao ócio.
Passei muito tempo, mas muito mesmo, tentando descobrir o que eu deveria fazer com a minha vida, agora que me formei. Ou, como diz Sofia, agora que sou "gente grande".
Foi desgastante. Mesmo porque, além das pressões internas, aconteceram as externas, e aí fica toda aquela agonia borbulhando...
Achei que não fosse passar. Mas, enfim, chegou um momento em que - witha little help from my special someone - eu tive que aceitar.
Aceitar não significa tomar assento sobre o traseiro e esperar que algo aconteça sem que você faça por onde, é claro.
Significa realmente ouvir a razão. Entender que, neste momento estas coisas não estão resolvidas, mas chegarão ao momento de ser.
E, aí, eu consegui relaxar.

Desenhei um tanto. Desenhar é algo que me deixa muito feliz. Ainda que tivesse me prometido não fazer, eu desenhei roupas também. Na verdade, não foram roupas, foi mais como desenhar "figurines", umas bonequinhas engraçadinhas, com muita informação de moda.
Apelidei de "minhas mocinhas" e elas viraram uma série.
Além dos desenhos das figurines, trabalhei uma seriezinha em papel paraná,chamada Reconciliação, em breve no meu fotolog (http://ubbibr.fotolog.com/reginagolden).
Mais uma vez, fiquei feliz.

Falando em desenhar e em Moda, fomos, eu a Cris e o Rafa, à exposição Dissatisfashion, na Emma Thomas (R. Augusta, 2052). Dividindo o espaço com o Puri, é um lugar mudérninho.
Sinceramente, a exposição deixou a desejar, o espaço é pouco, mas como tem aquele páteo interno, as peças se estendem até lá fora. Podia ser mais bacana. E a melhor coisa foi o vinho no Frida Café, na Augusta também.

Terminei de ler As Meninas. Não é extremamente denso, mas também não é uma historinha de fadas. Vale a pena dar uma lida e pensar no que une uma revolucionária libertária apaixonada, uma modelo arrivista viciada e uma futura socialite anoréxica e "ligeiramente" obcecada. Além da relação entre elas, as relações que controem com os companheiros de luta, namorados, colegas de faculdade, as freiras do pensionato, seus familiares...

Hoje assisti Cinderela em Paris e Edifício Master.
Admito que nunca tinha visto Cinderela em Paris, e não sabia muito o que esperar do filme. Ok, eu adoro musicais, adoro Audrey Hepburn e Fred Astaire.
Agora, Maggie Prescott é a versão tresloucada e dos anos 50 da terrível Miranda Priestley de O Diabo Veste Prada, né não?
Não consegui parar de pensar que o filme oscilava entre duas críticas - suaves - aos dois extremos: o mundinho fashion e os negadores da moda.
Enfim, note to self: assim que der, comprar o filme.
Quanto ao Edifício Master... me lembrou demaaaaaaaaaaaaaaais o Baronesa de Arari, ali na Paulista. Inclusive, uma das entrevistadas sofre, de acordo com a declaração que fez, de neurose e sociofobia.
Mmmm...

O E-Mule foi meu aliadão das férias.
Estou supercontente, com músicas do Matisyahu, Coldplay, Eros Ramazzotti, Joe Cocker, Blur, Pato Fu, Cindy Lauper, Madonna, Dead Or Alive, a trilha do Violinista, Nina Hagen, Corinne Bailey Rae, Lilly Allen, além de uns megahits dos anos 80 e 90 que têm de um tudo, y otras cositas mas.
No meio dessas coisas todas, eu baixei uns vídeos também, como, por exemplo, Girls Just Wanna Have Fun, super clichê da Cindy Lauper e New York, da Nina Hagen.

Ontem, vimos mais uma vídeo-palhaçada disponível no youtube - I guess - chamada O Destino de Miguel, na mesma linha daquele outro do Batman... Só que esse é dublado sobre o Shakespeare Apaixonado.
De matar de rir.

E, na linha de velharias interessantes... o episódio 1 do Spectroman é ótimo!!!!

Namaste!

Wednesday, January 03, 2007

Férias

Caros,

Depois deste ano que passou, de toda a loucura, crises de artista e etc, resolvi me dar umas curtas férias.
Até 10 de Janeiro, meus dias estão dedicados ao dolce far niente.
Depois, vem a pauleira, como há de se saber.

Mestrado começa em Fevereiro, e aí, vocês sabem: todo o processo para conseguir uma bolsa de estudo, parcial que seja. Estudar muito, manter tudo no cronograma, a tese? Vai ser aquela mesmo?
Mas, é desconhecido e sem angústia.
Estou feliz.

Pra aproveitar esse período de descanso, estou lendo "As Meninas" da Lygia Fagundes Telles, e mais um livro de Tradições Populares do Brasil Colônia. Tenho visto um monte de bobagem na tv e e-mulei um monte de musiquinhas e alguns vídeos também.

Andei fazendo umas artes, uma caderneta pra minha mãe anotar tudo que precisa lembrar, uma outra pro namorado, algumas bolsas (tem uma linda, que é minha!).
Cortei um vestido de muitas flores e muitas cores, tomara-que-caia.
O verão não tem ajudado, mas, e daí?

Não pretendo que seja meu último verão, ora ora!

Fomos ver Volver, outro dia. Almodóvar, sempre bom!

As férias também servem pra checar a saúde. Alguns exames que eu não fazia há tempos, caminhada, voltar a comer com alguma parcimônia. As festas destroem os regimes.
Muita comida boa - quem vai querer salada, se tem uma mesa imensa com um milhão de doces sorrindo pra você? - e muito vinho. No segundo dia do ano, a culpa te faz tomar suco e/ou água, trocar o chocolatinho por uma maçã.
A idéia é chegar no desbunde do carnaval pelo menos podendo usar a fantasia de índia, do tipo Iracema, não Flor de Jaca. Ok?

O trânsito está que é uma beleza!
Na cidade, quero dizer. Você realmente... transita!!!!

Bom, até 11 de Janeiro.

Beijo